terça-feira, 30 de junho de 2009

domingo, 28 de junho de 2009

Poemas ...


Brincando, compartilhando, criando poemas e...




















Mostrando algumas páginas do nosso livro...















FAZENDO ARTE - Criando poesias

Este é o nosso livro de poesias...

APRESENTAÇÃO

Em Nossos gatos – nossos poemas registramos uma pequena coleção de textos escritos no mês de abril de 2009. Somos a turma da terceira série 01, Ensino Fundamental da Escola de Educação Básica Irmã Edviges. Nossa inspiração inicial foi Pacífico – o gato, um poema (des) pretensiosamente esparramado nas páginas 35 e 36 de um livro[1] de leitura. Sua autora, Branca Maria de Paula, nos provocou! É [quase] óbvio que todo mundo conhece ou conheceu um gato, ou vários... E cada um deles já foi personagem principal de alguma história bonita ou trágica que pode ser contada em forma de poesia. Mas, quem nutriu o nosso canteiro de obras foi Ferreira Gullar com seu livro Um gato chamado gatinho[2].

Contamos, uns para os outros, as histórias que lembramos dos nossos gatos e depois as escrevemos em forma de poemas ou poesias, seja como os nossos textos possam ser chamados. Isso não importa, o emocionante mesmo foi escrever! Foi muito divertido, ou melhor, nem tanto, porque em alguns momentos foi bem triste... Nem sempre as histórias de gatos têm final feliz! É claro, a nossa professora foi a organizadora.

Os autores.
[1] CARPANEDA, Isabella. Porta aberta: Língua Portuguesa. São Paulo: FTD, 2005.
[2] GULLAR, Ferreira. Um gato chamado gatinho. Rio de Janeiro: Salamandra, 2000.

domingo, 21 de junho de 2009

A Palavra Mágica de Drummond!

A palavra mágica

Certa palavra dorme na sombra
de um livro raro.
Como desencantá-la?
É a senha da vida
a senha do mundo.
Vou procurá-la.

Vou procurá-la a vida inteira
no mundo todo.
Se tarda o encontro, se não a encontro,
não desanimo,
procuro sempre.

Procuro sempre, e minha procura
ficará sendo
minha palavra.

Carlos Drummond de Andrade

terça-feira, 16 de junho de 2009

Quero a poesia na sala de aula...

Pela relevância que a linguagem assume na constituição dos sujeitos e no expressivo papel que a literatura pode desempenhar na escola por ser uma linguagem viva, dinâmica e mobilizadora de saberes e de sujeitos. A literatura como uma forma de arte feita com palavras é, sem dúvida, uma opção privilegiada pelas características peculiares que possui e que falam diretamente ao ser ou fazer-se humano. Enquanto patrimônio cultural ela é assimilada e transformada por nuances pessoais, pela vontade de pensar e pelo desejo de conhecer e criar que são inerentes aos sujeitos. Penso que a literatura deve estar presente desde os primeiros momentos da vida (escolar) da criança e tenho percebido que os textos literários não esgotam facilmente as possibilidades de interpretação e o seu exercício coloca em suspensão o mundo do leitor (e do ouvinte no caso das crianças que ainda não sabem ler) para transportá-los para um outro mundo no qual elas podem reconhecer os limites do próprio universo e (re)construir pontos de vistas, valores e padrões de comportamentos por identificação ou por contraste, mas principalmente “alcançar formas de prazer intraduzíveis ou difíceis de traduzir por meios lingüísticos”[1]. Além disso, a leitura e a narração de poesias na sala de aula (ou fora dela) compõem/ampliam o acervo pessoal da criança e ela começa gradativamente a aprimorar seu critério de escolhas.

Existem ainda [muitos] outros motivos, quero continuar a minha busca...

[1] BRANCO, Antonio. Da “leitura literária à leitura escolar de/da literatura”: poder e participação. In: PAIVA, Aparecida, et al (Orgs.) Literaturas literárias: discursos transitivos. Belo Horizonte: Ceale, Autêntica, 2005. p.103.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Experiências literárias - um começo...

Ao confidenciar uma pequena parte da minha experiência com a leitura literária na infância sinto-me envolta pelas marcas de um saber que, numa concepção não-linear de tempo se entrecruzam passado, presente e futuro e permitem entrever no agora a atmosfera que dela emana – são fragmentos de uma vivência e de um grande aprendizado.
Em março de 2008 conclui minha dissertação de mestrado que teve como objetivo “refletir sobre a contribuição da literatura no processo de alfabetização e letramento”. Fiz a pesquisa conversando com as crianças, ouvindo, inventando e contando histórias e poesias. Esse diálogo possibilitou-me evocar essas lembranças e reavivar na memória histórias fictícias que me encantaram naquela época, me permitindo relatar alguns fragmentos dessa experiência e re-visitar minha própria infância, agora com um olhar adulto, desprendendo as significações que possivelmente mereçam ser partilhadas.
Não posso dizer que o acervo a que tive acesso na escola[1] da minha infância fosse diversificado. Muito pelo contrário, posso rememorar quase todos os exemplares de que dispunha por ser um número extremamente reduzido. Em compensação, tive um professor de séries iniciais que foi um contador de histórias que, além de narrar “as suas”, provocava seus alunos para criarem narrativas inéditas e partilharem com a classe. Uma das tarefas que ele freqüentemente propunha era: invente uma história. Dessa forma, a literatura fez parte do meu processo de aprendizagem e acredito que foi um dos fatores que me possibilitou estabelecer uma relação prazerosa com a escola, com a escrita e com o conhecimento, um pressuposto que foi intuitivamente incorporado à prática pedagógica.
Vivenciei minha infância em uma comunidade[2], que está localizada muito próxima do “pé da serra”, onde havia uma escola na qual a experiência com a literatura, apesar do acervo modesto, foi muito significativa. Havia alguns livros de literatura infantil que tínhamos a oportunidade de ler. O professor contava/lia histórias (as clássicas: Branca de neve e os sete anões, Chapeuzinho vermelho, A bela adormecida, entre outras) para os alunos. Ele nos incentivava a criar outras histórias, a compor versos e fazer rima... Lembro-me que essas tarefas eu realizava com prazer e, quando fazia a leitura para a classe, reformulava algumas idéias que me ocorriam após concluir o texto. O professor e a classe ouviam atentos cada narrativa, comentavam e complementavam, estivessem elas escritas ou não. Entre as histórias que li e ouvi naquela época, lembro-me de algumas que tiveram seu enredo entranhado na minha memória: a história do Fogão de ferro que abrigava um príncipe encantado na floresta e que a filha do rei encontrou e tinha como missão salvá-lo. Mas como ela tinha medo de voltar na floresta, mandava a filha do lenhador, do guardador de porcos. Finalmente resolve ir pessoalmente libertar o prisioneiro, descobrindo um príncipe encantado, por quem se apaixona ao mesmo tempo em que ele é lançado para um reino muito distante e ela começa sua aventura em busca do amado [...]. Pedro da Montanha[3], na pele de um personagem jovem, bonito, rico, educado namorava Maria Helena, mas durante um baile ocorre um assassinato e ele é acusado de ser o assassino. Resolve fugir levando apenas o seu papagaio, um maço de fósforos e uma semente de milho, acidentalmente escondida no bolso. Refugiado numa montanha, durante uma noite de tempestade, a única entrada que dava acesso ao local em que ele se encontra desmorona e ele fica preso, vivendo por muitos anos afastado da sociedade e com saudades da amada, sua aventura é emocionante [...]. Outra história que marcou muito a minha infância foi Braz e a primeira comunhão, um livro em preto e branco, que apresenta uma das novelas da Condessa de Ségur e me fez banhar em lágrimas ao percorrer cada página daquela obra. Ganhei este de livro de presente quando cursava a terceira série do Ensino fundamental. Cheguei em casa abri o livro e literalmente entrei nele. Eu não podia parar... Anos mais tarde encontrei um exemplar, levei para casa!
A experiência que tive na infância e na prática pedagógica com a linguagem literária me fazia suspeitar de que se tratava de uma ferramenta de excelência na aprendizagem, principalmente porque enquanto arte ela possui uma forma peculiar de racionalidade. Contudo, foi mergulhando na pesquisa, ouvindo e conversando com as crianças que pude então perceber e interpretar os significados que a literatura assume no processo de alfabetização e letramento e principalmente como a criança a percebe. A interação com as crianças e o diálogo sobre a percepção que elas têm da literatura, não apenas deu consistência as reflexões que realizei como ainda me instigaram a registrar parte da minha história reconstituindo um elo entre as diferentes experiências.

Prossigo a minha reflexão sobre a literatura...

[1] Escola Isolada Estadual do Rio d’Areia do Meio.
[2] Esta comunidade chama-se Rio d’Areia do Meio, situada na zona rural do município de Canoinhas – SC, junto à Serra Santa Emidia, onde existe uma capelinha, fundada pelo Monge João Maria – ligado a guerra do Contestado.
[3] Sobre Pedro da Montanha, estou até hoje procurando um livro chamado: O sorriso do anjo branco que dá continuidade a história que conheci na infância.